- Durante o século XIX ocorreram diversos conflitos no continente africano. Dois fatores contribuíram para a intensificação da violência: a busca por escravos e a disposição de armas de fogo. Outras consequências desse processo foram a centralização política nos Estados africanos e o crescente movimento expansionista entre as nações africanas.Nesse sentido, diversos estados foram unificados e subjugados não apenas nos planos econômico e político, mas também culturalmente, pois os povos conquistados assimilaram diversos traços culturais de seus conquistadores como a língua e a religiosidade.Provavelmente, o principal estímulo que causou a aculturação de diversos povos tenha sido a religião, sobretudo o islamismo. De acordo com a fé islâmica, todo fiel deve colaborar para a expansão de sua religião, seja por meio da pregação ou da luta armada – esse princípio é conhecido como jihad.
- A partir do momento que o continente africano não podia mais fornecer escravos, o interesse das potências colônias inclinou-se para a sua ocupação territorial. E isso deu-se por dois motivos, O primeiro A partilha deles é que ambicionavam explorar as riquezas africanas, minerais e agrícolas, existentes no O Alto Níger era controlado hinterland, até então só parcialmente conhecidas. O pela Companhia Real do Níger, segundo deveu-se à competição imperialista cada vez dos britânicos. A África Oriental maior entre elas, especialmente após a celebração da unificação da Alemanha, ocorrida em 1871. Por vezes estava dividida entre uma chegou-se a ocupar extensas regiões desérticas, companhia alemã, dirigida por como a França o fez no Saara (chamando-a de Karl Peters, e uma inglesa, França equatorial), apenas para não deixá-las para o adversário. comandada pelo escocês Antes da África ser dominada por funcionários W.Mackinnon. Cecil Rhodes metropolitanos, a região toda havia sido dividida entre era o chefe da companhia sul- várias companhias privadas que tinham concessões de exploração. Assim a Guiné estava entregue a uma africana que explorou a atual companhia escravista francesa. O Congo, por sua Zâmbia e Zimbawe, enquanto o vez, era privativo da Companhia para o Comércio e rei Leopoldo II da Bélgica Indústria, fundada em 1889, que o dividia com a companhia Anversoise, de 1892 . autorizava a companhia de Katanga a explorar o cobre do Congo belga.
- O Congresso de Berlim Atendendo ao convite do chanceler O congresso de Berlim deu enorme impulso do II Reich alemão, Otto von à expansão colonial, sendo complementado posteriormente por acordos bilaterais entre Bismarck, 12 países com interesse as partes envolvidas, tais como Convênio na África encontraram-se em Berlim franco-britânico de 1889-90, e o Tratado - entre novembro de 1884 a fevereiro anglo-germânico de Heligoland, de 1890. Até de 1885 -, para a realização de um 1914 a África encontrou-se inteiramente congresso. O objetivo de Bismarck é divida entre os principais países europeus (Inglaterra, França, Espanha, Itália, Bélgica, que os demais reconhecessem a Portugal e Alemanha). Com a derrota alemã Alemanha como uma potência com de 1918, e obedecendo ao Tratado de interesses em manter certas regiões Versalhes de 1919, as antigas colônias africanas como protetorados. Além alemãs passaram à tutela da Inglaterra e da França. Também, a partir desse tratado, as disso acertou-se que o Congo seria potências comprometeram-se a administrar propriedade do rei Leopoldo II da seus protetorados de acordo com os Bélgica (responsável indireto por um interesses dos nativos africanos e não mais dos mais terríveis genocídios de com os das companhias metropolitanas. africanos), convertido porém em Naturalmente que isso ficou apenas como uma afirmação retórica. zona franca comercial. Tanto a Alemanha, como a França e a Inglaterra combinaram reconhecimentos mútuos e acertaram os limites das suas respectivas áreas.
- Estrangeiros A África foi sistematicamente invadida por nações em busca de riquezas, de modo que sua população foi submetida a diferentes formas de poder e exploração, justificadas por preceitos religiosos, políticos ou econômicos e mesmo científicos. No século XIX, os religiosos lançaram-se à conversão dos africanos, como tentativa de salvar suas almas, alguns deles após longo período afirmando que elas não existiam. Os políticos, por sua vez, discursaram em prol do avanço da civilização ocidental, para que atingisse regiões e povos atrasados. Os cientistas, famintos pela elaboração de teorias que os conduzissem ao reconhecimento público, olharam a África como novo campo de descobertas. Não por acaso, foram abundantes os estudos que levaram à formulação da Teoria da Evolução e às fórmulas pseudocientíficas que geraram a Eugenia e as novas teses racistas. Naquele período, com a expansão das práticas do liberalismo econômico e declínio do mercantilismo, mais uma vez o “continente negro” presenciou os crimes e as atrocidades promovidas pela cobiça, mas agora legitimados pela preocupação científica de diversos grupos de intelectuais e institutos de pesquisa, bem como pela “legalidade” das decisões tomadas no final do século XIX durante a Conferência de Berlim.
- feito por Rulian
terça-feira, 28 de novembro de 2017
A Africa no seculo xix
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